O grande buraco que ferve, onde o Mato é Grosso, Brazil

segunda-feira, 31 de maio de 2021

ó céus, ó vida, ó azar

Estou cansada, me sinto todos os dias constantemente atropelada e engolida pelos dias que vem a seguir, mesmo que eu tente viver um dia de cada vez. Acho muito cruel que a vida, apesar dos prazeres, seja tão recheada de tantos desprazeres, de tantas obrigações desvencilhadas de sentido (alô, capitalismo). Meu Deus, nem sei o que é que eu tô falando. Mas é isso aí, sabe. Tô cansada, exausta, ansiosa. Só consigo estampar a vida com o meme do sapo:



domingo, 30 de maio de 2021

joguei monte de palavra num texto: desabafo

 Minhas mãos estão suadas, faz tempo já que isso não acontece. Tô ansiosa e eufórica e isso piora a quantidade de suor nas mãos. Meu Deus, que saco. Eu não sou religiosa, estou digitando apenas o que vem à cabeça. Eu quase nunca sei se minhas crases estão certas. Suspiro.

O brilho da tela do computador sempre cansa minha vista muito mais rápido do que eu gostaria ou do que eu espero, daí isso sempre me faz pensar que escolhi não pedir lente com filtro de luz azul. "Escolher" é uma palavra muito forte, já que minha escolha foi apenas baseada no quanto eu realmente poderia pagar sem me embananar financeiramente. Ai, ai, escolhas... mais suspiro

Estou toda torta na cadeira e tudo que eu queria era uma cadeira ergonômica e às vezes eu tenho a completa certeza de que se eu tivesse comprado uma, a pandemia não teria durado tanto tempo. Toda vez que eu penso nisso acho engraçado, porque é como se o fim da pandemia dependesse de mim e da minha cadeira gamer. Franze testa, aperta os olhos. Ai, ai, lentes com filtro de luz azul. Limpa o suor das mãos.


Eu tô eufórica porque achei outras pessoas que escrevem por aqui e isso me deixou muito motivada e ansiosa, sabe? Eu tinha um blog favorito há uns anos, talvez ele sempre vá ser meu favorito. Acompanhava desde a PRÉ-ADOLESCÊNCIA. ELE FORMOU MEU CARÁTER!!! E quando eu vi que a autora apagou centenas de posts eu fiquei absolutamente triste, porque eu nunca mais tive acesso a uma poesia que ela escreveu, que até hoje me lembro o nome: "Bilhete Azul". Eu não sei porque me marcou tanto, já que eu não lembro direito de como ele era. Mas lembro que falava de armários de cozinha e bar mitzvá e amor. Era principalmente sobre amor. E toda vez que eu imagino essa poesia dentro da minha cabeça, ou pelo menos esses fragmentos, eu me teletransporto pra uma cozinha com armários brancos, que por causa de uma daquelas cortinas que esqueci o nome, entra pouca luz, tipo, pequenos raios de sol. A atmosfera toda é muito triste e, portanto, azul. Sei lá. 

Eu lembro que deixei salvo num arquivo do Word, mas esse arquivo estava no HD de um notebook velho, que estragou e depois todo conteúdo do HD foi parar no computador do meu ex-namorado e eu nunca mais tive acesso. Esse arquivo e outras trocentas coisas que faziam parte da minha vida. Eis aqui uma lição óbvia, né?

Continuando: acho que tem algo de muito mágico em ler as pessoas escrevendo sobre si mesmas por aqui. Falando sobre suas vidas, experiências, gostos. É tudo muito mais autêntico, é muito mais cru? Não é um post de Instagram, ou um tweet. É mais pessoal, mais profundo, sei lá. Estou romantizando muito isso? Não sei, mas pra mim é TÃO diferente e eu sentia tanta falta disso. Suspirooooooooooo.


quinta-feira, 27 de maio de 2021

Pensei Num Título Por Mais Tempo Que Gostaria E Não Saiu Nada

 Acho que meu impasse sobre escrever num blog vai muito além da insegurança. Acredito que venha de um conflito que ando vivendo: me expor ou não na internet? Eis. A. Questão.

E isso meio que me impede de escrever livremente, ou escrever sem me preocupar. Mesmo sabendo que só passei o link desse blog pra uma amiga e que eu não deixo em aberto a opção das pessoas me acharem pelo Google, ainda é constrangedor e difícil imaginar alguém lendo qualquer coisa aqui e dando gargalhadas na frente do computador ou celular, me julgando e pensando "kkk meu deus que tosca". E claro, pra piorar compartilhando com os amigos. É uma insegurança que faz sentido, mas eu deveria ligar? Afinal, se expor é corajoso, exige coragem pelo menos. Você tentar sempre é arriscado.

Mas enfim, essa questão tem me impedido de várias coisas e eu me pergunto se eu estou certa em refletir sobre isso ou ter tanto receio sobre. Ok, talvez não seja exatamente uma questão de estar certa, porque não tem nada de errado em REFLETIR sobre, o problema é que eu nunca penso nisso o suficiente pra estar perto de chegar numa conclusão.

Um outro ponto que me deixa meio triste, tem a ver com a insegurança, é que eu sinto que não tenho nada pra falar, mas EU TENHO, sabe? Eu quero FALAR, eu quero dISCUTIR, QUERO ELABORAR e isso já é motivo suficiente para vir aqui e tentar escrever, não é? É SIMMMMM. Bate a insegurança gramatical de "eu já deveria estar indo pra um outro parágrafo?".

Ai, suspiro. Que saco, que inferno, que bosta, cu, lixo.

Volto a pensar que ainda estou sob controle do que é certo ou do que é errado, mas a verdade é que estou pensando sob a ótica de alguém que não sou eu, porque eu ainda não parei mesmo pra pensar no que EU considero certo ou errado tendo como referência a mim mesma. Não que a gente não tenha como parâmetro o outro, porque ok, nós temos, normal, né? Afinal, vivendo em sociedade. Mas acho que o que as pessoas fazem é pegar o todo e ressignificar de um jeito que tenha a cara delas. Sei lá. Abobrinhas de uma quinta-feira a noite de um dia de muita cólica e ódio por ter um útero. 


sábado, 15 de maio de 2021

 queria sumir com tudo já escrito nesse blog, mas faz parte de mim, do que eu vivi, senti, etc. infelizmente, ou felizmente.


não tenho mais vergonha exatamente, mas ainda é de certa forma constrangedor. mas acho que escrever é se expor, não é?

acho que eu adio tanto escrever qualquer coisa de qualquer natureza que seja por achar que sou ruim demais para fazer isso, mesmo que não seja absolutamente nada obrigatório e sim apenas pelo prazer de colocar tudo pra fora. de registrar, de me entender, de me fazer explicar. eu adiei isso há tanto tempo que nem lembro mais em números, mas todos os dias eu penso em escrever, minha cabeça anda funcionando como se fosse uma máquina antiga de escrever, tec-tec-tec, ou apenas um teclado mecânico, tec-tec-tec.