O grande buraco que ferve, onde o Mato é Grosso, Brazil

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eu já deveria saber como as coisas iriam ser, mas eu não sabia que era possível que me afetassem tanto. Para mim, hoje foi como qualquer outro dia imbecil do ano, no qual eu tive que acordar cedo, pegar a van, dormir e babar na van, chegar ao colégio, entrar na sala, cochilar na minha carteira, ter aulas chatas, receber uma prova ruim, etc. Mas acontece que eu realmente esperava que fosse de uma maneira mais mágica, mais bacana, porque é meu aniversário, sabe? Apesar de muita gente legal ter desejado felicidades e o caralho, foi tudo dez vezes pior do que nos outros dias. Na verdade, eu não sei dizer se segunda-feira passada foi pior que hoje. Segunda passada foi um dia extremamente ruim. Foi um dia ruim, daqueles que a gente lembra e dá muito vontade de chorar, e eu chorei. Mas não porque eu lembrei da segunda-feira, mas porque, por algum motivo, minha terça-feira, meu aniversário, fez com que eu me lembrasse das coisas de segunda-feira. Eu diria que demonstrou toda a realidade da minha vida, que eu estava tentando esconder pra não me magoar, eu não queria que tudo fosse realmente jogado em cima de mim, eu não queria que na segunda-feira a realidade tivesse dado um tapa na minha cara. Essa segunda-feira me chateou pela resto da semana, e ainda chateia. Mas apesar disso, eu não gostaria de colocar a culpa na segunda-feira, porque a culpa não é de ninguém. No fundo, eu sabia de tudo. Eu não sei se eu estou chorando por causa das expectativas todas que eu depositei, porque isso seria, de certa forma, infantil da parte de quem hoje faz 17 anos. Eu queria que esse dia pudesse esperar pra acontecer, eu queria que as coisas melhorassem. Eu não quero me lembrar desse dia como aconteceu hoje. Eu não quero me lembrar de hoje, porque eu estou sendo imatura e infantil. Porque eu não estou agindo de forma sensata. Porque talvez, eu esteja sentindo pena de mim mesma e eu não quero sentir isso. E quando eu penso nisso, eu paro de chorar, mas nada disso faz algum sentido pra mim.
Eu queria que as coisas dessem certo, não só pra mim, mas para as pessoas que eu gosto também. Eu queria ser mais como dizem que eu sou. Eu queria ser mais como penso que eu sou. Não importa se esta frase não fez sentido, eu entendo.

Acho que o desabafo pode ser devidamente comparado a um palito de fósforo aceso, você acende e o pavio vai queimando, até que chega ao fim e se apaga.
QUE DIA RUIM

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A única função do tempo é consumir-se: ele arde sem deixar cinzas.


Elsa Triolet