O grande buraco que ferve, onde o Mato é Grosso, Brazil

terça-feira, 8 de outubro de 2024

 precisando escrever porque eu não sei lidar com sentimentos ruins. eu não sei lidar com eles sem sentir uma angústia enorme como se a minha vida fosse acabar.

e hoje eu estou me sentindo tão sozinha e tão desamparada. e lidar com esses dois sentimentos juntos dói tanto. é um sentimento de incompreensão muito intenso e eu sei que tenho com quem contar, mas é como se eu já tivesse esgotado de fato as pessoas a minha volta.

enfim, é só como se tivesse o monstro da dor dentro de mim e ele não parasse de crescer, igual a alice quando come o biscoito e começa a crescer a ponto de começar a ficar espremida dentro da casa.

acho que tudo tem sido muito difícil e claro que pode ser só um ponto de vista carregado de negatividade.

tem dias que eu não digo tanto pela vida, mas pela falta de repertório pra enfrentar todos esses sentimentos difíceis, quando tudo dói mesmo sem um motivo que seja palpável. acho que eu mesma me julgo e não me aceito e acho que talvez isso faça doer mais ainda.



quarta-feira, 17 de abril de 2024

 me sinto presa no limbo dos sentimentos, das escolhas, certezas e incertezas. e a vida é um monte disso. me sinto presa na minha própria vida, nos meus sentimentos, nas minhas escolhas, nas minhas poucas certezas e nas minhas muitas incertezas. 

me sinto presa na dificuldade em lidar com os outros, com o mundo, com tudo. o progresso é tão pouco progressivo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

tortura não é entretenimento

 saí de casa no impulso. a minha vida que já era de cabeça pra baixo, virou completamente do avesso. 

esses dias cheguei em casa e não tinha ninguém, tinha só uma louça de três dias atrás e a roupa que estava destinada a ser lavada pela quarta vez me esperando.

então eu chorei.

enquanto lavava louça.

tentei dar a volta por cima colocando uma comédia romântica italiana da netflix no celular e deu razoavelmente certo.


a verdade é que estou bem exausta e certamente nem nos meus piores pesadelos adolescentes eu achava que ser adulto era isso. queria muito mesmo ter uma vida um pouco mais funcional, apesar de estar sendo funcional o suficiente para trabalhar, eu não sou funcional pra cuidar de mim mesma. 

como pode ser tão difícil cuidar da gente mesma? sério, COMO. PODE?

 


domingo, 29 de janeiro de 2023

nenhuma conexão

 às vezes acho que ouço pouca música. na real, eu realmente não ouço quase nada nunca, quando eu me dou conta disso eu me forço um pouco a ouvir, porque me faz bem, no geral.

hoje não quero escrever muito, mas queria desabafar, já que não tem outro lugar da internet em que eu me sinta a vontade.

não quero ter que contextualizar o desabafo, então lá vai:

tô frustrada, porque trabalho igual uma cadelinha sarnenta, mas essa semana não vou ter dinheiro nem pra pegar ônibus. 

esse mês teve tanta coisa pra pagar que eu realmente parei e me perguntei se estava vivendo ou pagando contas. pra piorar meu gato teve uma infecção urinária e eu gastei milhares de reais com veterinário, remédios, etc.

sim, a vida adulta no geral é isso.



domingo, 24 de abril de 2022

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo

 Depois de passar por uns maus bocados - a crise depressiva rotineira da TPM -, agora sinto uma ânsia por viver. A sensação é de que preciso sentir sentimentos fortes e avassaladores pra me sentir um pouco mais viva, ou pelo menos sentir que é pra isso que estou vivendo. A rotina engole a gente muito sorrateiramente e se não prestarmos atenção vamos cavando um buraco, nos perdemos no processo e pra voltar pra superfície fica custoso demais. 

Acontece que sentir sentimentos vicia e você acaba precisando de doses cada vez mais fortes, mas logicamente fica insustentável tudo isso e daí rola aquele processo de abstinência em que a depressão e ansiedade vem chutando a porta ao som de All Star, Smash Mouth kkk

Estou falando tudo isso, mas a verdade é que nem cheguei nesse ponto, mas a parte completamente louca e irracional de mim queria chegar. Tudo de tudo pra me sentir mais viva, sei lá. Sou muito apegada a conceitos de certo e errado e às vezes eu fico pensando qual seria a maneira certa de viver e isso é MUITO ruim, porque é como se houvesse uma receita a ser seguida, todo um protocoloco pra ser cumprido e... não tem, né, gata? Enfim, queria que tivesse, mas talvez não teria graça, ou talvez eu mesma não seguiria, pois a falta de constância na minha vida é um problema.

Esses dias comecei a rever uma série que lembrava que tinha me causado fortes sentimentos: Love. Nas minhas pokas ideias eu considero essa série bem profunda por alguns muitos pontos (sempre muito específica, né, Vitória?). A série trata de relacionamentos e retrata de uma forma que eu considero bem realista, aborda bastante sobre vícios e etc. Enfim, é uma série que me emociona e mexe bastante comigo, acho que me identifico bastante com a Mickey em determinados aspectos, tipo, em relação a ser meio viciada em amor e sexo? Não acho que chegue a um nível patológico agora, pois sou uma pessoa já mais terapeutizadah, mas quando eu era mais nova certamente chegava. Tanto é que como já mencionei aqui antes, eu vivi boa parte da minha vida em função de relacionamentos, amor e sexo e sinto que me perdi tanto de mim mesma. Sei lá, é ruim chegar aos 26 anos não se conhecendo muito bem, pela falta de envolvimento consigo mesma. 

Cabei de notar que to sempre falando as mesmas coisas, acho que no momento esse tem sido meio que o ponto central da minha terapia e etc.

O que vocês fazem pra sentir que tão vivendo?

domingo, 10 de abril de 2022

E vamos de textão

 Não sei por onde começar. Vamos por tópicos então, eu acho.

Por que eu sempre travo quando preciso muito escrever? Que coisa ruim, credo. Minha cabeça tá a mil por hora, pensando muitos pensamentos e quando eu preciso deslocá-los pra algum lugar... some... tudo...

Acho que talvez dê pra começar dizendo que hoje eu vivi uma das piores ressacas da minha vida. Eu sofro de ressaca tardia, o que significa que meu corpo sempre me engana e eu me sinto o máximo por estar 100% de boa e horas depois começa a bater a dor de cabeça, o enjoo, a vontade de morrer o mais rápido possível, porque existir dói muito.

O lado bom (incrivelmente ele existe) é que eu sempre me sinto uma pessoa muito diferente pós-bebedeira. Como posso explicar isso... hm... A questão é que eu sempre me sinto muito bem comigo mesma de alguma forma. Digo, eu me sinto mais eufórica e livre, acho. Meio que consigo ser menos travada e muito mais natural, sei lá. Lógico que isso deve acontecer porque ainda tem muito álcool correndo pelo meu sangue, enquanto meu corpo luta desesperadamente para expelí-lo do jeito mais inconveniente possível.

Mas enfim, a novidade e o motivo deu ter bebido é que fui numa festa ontem!!! E PINTEI AS UNHAS! Duas coisas extremamente diferentes por aqui. Contextualizando: não costumo ir à festas, não costumo nem gostar de festas pra falar a verdade, principalmente dessas cheias de gente e que você acaba gastando muito dinheiro, indo pra um lugar na casa do caralho, banheiro insalubre, não dá pra sentar, etc. É, não gosto, mas acontece que eu definitivamente estou tentando viver de alguma forma, entende? Sei que a gente não precisa ir em festas pra viver, mas particularmente vencer esse meu horror é um tipo de vitória pra mim. E a festa foi ótima, muita música boa, foi uma experiência bem divertida. Porém, é claro que pra aguentar até às seis da manhã em pé eu acabei bebendo e pra piorar tudo ainda bebi catuaba, porque era a coisa mais barata que cabia no meu pobre orçamento. 

Em relação às unhas, acabei pintando porque há muuuuito tempo eu já tava com vontade, mas tenho muita preguiça dessas coisas e sempre arranjo várias desculpas pra não fazer. Mas como eu disse, quero fazer coisas que eu não costumo fazer e ver como eu me sinto sobre isso. Quero me arrumar e me sentir mais bonita, sabe? Acho que passei bastante tempo sem investir em mim. Talvez quem leia isso ache que é algo fútil, mas pra mim nesse momento é bem importante.

Quando eu escrevo eu percebo que nossa é tão mais rápido só pensar, risos

Ah, e ontem antes da festa eu tava meio ansiosa, meio arrependida, um pouco empolgada e acabei cortando meu cabelo não apenas uma, mas duas vezes (o surto veio). E daí que cometi o mesmo erro que cometo sempre: meio que cortei uma franja, kkk, ai, ai... Ficou horrível? Não, mas definitivamente não ficou bonito. O autocontrole tá pokas, gata. 

 Eu queria contar que viajei pra Porto Alegre, a princípio pra fazer uma prova, que por muito pouco não foi suspensa e quase me fez infartar. Foi uma viagem bem gostosa, ajudei o Matheus com a mudança de apartamento, acho que turistei bem mais dessa vez em relação as outras vezes que fui pra lá.

Bom, sobre a prova: não passei. Mas também não acho que tenha ido mal na prova, acho que fui razoavelmente bem pra quem estudou menos de dois meses enquanto lidava com faculdade, família, estágio, laboratório, cookies, gato, cachorro, meus próprios surtos, etc e tal. Acho importante reconhecer, porque me comparo demais com quem tem condição pra largar tudo, ser bancado pela família e estudar. Não também desmerecendo, sabe? Acho legal quem tenha um incrível apoio financeiro, eu mesma gostaria muito de ter. 

Agora gostaria de entrar num tópico sombrio: dates.

Sinto que estou um pouco amaldiçoada. A primeira vez que saí com alguém depois que eu e meu ex-ex decidimos sair da vida um do outro de uma vez por todas, acabei passando muito mal na frente do boy. A sorte é que ele é bem amigo e foi super querido, ficou preocupado e cuidou de mim.

O que aconteceu? Já tinha tomado umas cervejinhas, bem pouquinho mesmo, eu juro. Daí inventamos de dividir um cigarro de palha. Daí não deu outra: minha pressão foi pro pau, abaixou de um jeito nunca antes vivenciado, acabei ficando enjoada e vomitei. Pois é, sim, que vergonha, puta que pariu. E ainda por cima foi algum tempo depois que a gente tinha começado a dar uns beijinhos. E como se ainda não fosse o suficiente me deu uma cólica INSUPORTÁVEL, me impossibilitando de continuar no role. Um verdadeiro pesadelo, galera, mulheres. 

O segundo date que eu tive foi em Porto Alegre e pela primeira vez em MUITOS ANOS beijei alguém diferente e desconhecido. Acho que foi um date ok, legal, sei lá. Conversamos sobre diversos assuntos, sinto que a conversa fluiu e tal, mas o garouto nesse dia estava passando por uma ressaca, coitado. Ele trabalha como dealer de poker num clube, ou seja, o período de trabalho dele é noturno e daí depois que sai do job vai beber em algum lugar. Que vá em paz o ciclo circadiano deste pobre homem, amém.

Saímos de tardezinha, andamos pelo bairro burguês safado do meu amigo, em busca de algum butequinho que fosse, não tivemos sucesso algum, acabamos parando no único estabelecimento que parecia ter cerveja, era uma padaria chique cujo o café coado custava OITO REAIS. OITO. REAIS. 

Eis que papo vai, papo vem, meio que já tava dando o horário dele ir pro trabalho e nossos mindinhos se encostaram timidamente, depois eles se enroscaram, pegamos a mão um do outro. Ele disse que minha "mãozinha" era bonita, a cutícula dele, aparentemente, era completamente destruída pela ansiedade (mas sim, ele tinha uma bela mão). MAS DAÍ BEIJAMOS. Beijo bem gostoso, aff, sério. Uma grande tristeza não ter beijado mais esse lindo homem estressado e perto da crise dos 30... sninf :(

Dividimos a caríssima conta de 60 reais para duas (ou três?) cervejas (pelo amor de deus, sabe), ele me deixou na frente do ap do Theuso e infelizmente demos um beijo de despedida que quase me fez chamar um desconhecido pra subir pra um apartamento que não era meu.

 Acabou por aí? Não, tive um segundo date diferente nesse magnífico dia em que os planetas aparentemente haviam se alinhado para que eu beijasse na boca. Mas esse date não me causou grandes emoções então não quero falar dele aqui hoje.

Continuando: o boy dealer de poker no dia seguinte mandou uma mensagem dizendo que a casa dele estaria vazia e que possivelmente ele não ia trabalhar naquela noite. Tã-dããã. Fiquei empolgadíssima, ele tinha ficado de mandar uma mensagem avisando se ia ou não trabalhar... Resultado: sumiu. Daí eu fiquei hm poxa que pena, né. E acabei saindo com o Matheus e os amigos dele, fomos no museu Mário Quintana, tava tendo uma feirinha lá, andamos bastante pela região em busca de um lugarzinho pra tomar café e tals, blz. Mais de noitinha já, estávamos indo pra casa de não sei quem e ADIVINHEM QUEM EU ENCONTREI BELÍSSIMO SENTADO NUMA MESA DE BAR?????? SIM O BOY DEALER DE POKER GATO GOSTOSO QUE ME DEIXOU NO IMENSO LIMBO DO VÁCUO NO ZAP.  Bah, daí todo meu ego foi enfiado no cu, mas antes disso foi completamente escangalhado, pisado, chutado, mordido, cagado e mijado. 

Achei que seria desagradável demais cumprimentar alguém que claramente não queria me encontrar, então apenas me escondi do lado de uma miga do Matheus e assim ele não me viu e foi isso, galera. No outro dia, ele me responde dizendo "desculpa não ter te respondido, trabalhei até muito tarde ontem ):" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ri muito, mas não vou mentir que fiquei um pouco ressentida com a situação toda. Achei hilária a coincidência de encontrar ele assim ainda mais num contexto desses. Acho que fiquei meio chateada também porque ele podia só ter respondido "não vai rolar hj flws gata" e blz, só isso. Acho que podemos dizer que isso é o mínimo, mas eu também sei que esperei demais, sei lá.

 

BOM, POR HOJE É SÓ PESSOAL, cansei, falei demais.



domingo, 20 de março de 2022

boa parte de mim foi embora

Às vezes eu sinto que eu nunca mais vou me apaixonar de novo. Não sei, só sinto. E eu NUNCA me senti assim antes, é bem estranho. É diferente de um jeito bom e ruim ao mesmo tempo, queria conseguir explicar melhor. É como se agora eu finalmente fosse livre, talvez antes eu fosse meio que escrava do amor? 

Apesar desse sentimento, acho que me encontro numa busca incessante por ele, ou pelo menos de alguma migalha de emoção ao mesmo tempo em que acabo indo na direção contrária de tudo isso.

Acontece que eu sempre namorei, sempre estive com alguém e acho que chegou num ponto em que eu não conseguia ter mais ninguém na minha vida além de mim e sei lá, isso foi muito bom. Foi simplesmente um alívio quando enfim eu me livrei de tudo que envolve namorar alguém.

Por muito tempo eu tive péssimos relacionamentos, mas meu último relacionamento foi bem tranquilo. Às vezes fico com medo de não ter suportado a paz, mesmo tendo certeza que também não suportaria viver nenhum tipo de abuso de novo. 

Mas o que acontece é que agora eu estou vivendo apenas comigo mesma, é como se fosse uma etapa completamente diferente da minha vida. Parece absurdo dizer algo assim, eu sei, é absurdo pra mim também. Acho que eu era uma viciada em relacionamentos, sabe? Acho que eu precisava me sentir amada, ou ter pelo menos uma esperança em ser amada. No fim acredito que eu mudei muito nesses últimos anos, ainda bem, o problema é que eu tenho me sentido tão vazia, tão sem absolutamente nada a oferecer a qualquer pessoa, me sinto uma concha vazia, mais tão vazia que nem o barulho do mar imita e que ao mesmo tempo não tem silêncio dentro. É um nada tão nada, mas não é um nada no sentido de paz, é um nada no sentido de desespero. NÃO SEI! Só sei que essa sensação tem me deixado muito chateada. Talvez eu só esteja me reconhecendo e me encontrando de novo sem ter alguém comigo.

Estou num barquinho furado no meio do alto mar durante uma tempestade tentando desesperadamente remar sem remos.

É muito ruim a sensação de não se conhecer, ou se conhecer e não gostar, porém, se amar concomitantemente e sentir que não precisa de mais nenhum amor romântico pra te validar. 

Sempre vivi tanto em função dos outros que manti até meu estilo no básico por medo de desagradar. Isso parece algo fútil, mas agora eu finalmente me sinto livre pra desagradar quem eu quiser usando o que eu quiser. É muito louco isso.

E claro que ainda existe o medo de parecer ridícula de alguma forma, mas acho que eu deveria tentar, no fim as pessoas sempre vão arranjar algum motivo pra te criticar se elas quiserem. 


Ao mesmo tempo que não quero ninguém eu quero tudo, quero aventura, quero amizade, quero tudo (já disse, né?). Quero um romance que não seja um romance, mas que seja lindo e brega.